Por Nívia Raposo Um novo mundo possível, desde que consigamos manter as memórias de nossas resistências. Me chamo Nívia Raposo e venho aqui compartilhar uma espécie de diário de bordo … Continue lendo IDMJR NO FSM NO MÉXICO 2022
Carnaval 2022 e as perspectivas de resistências negras e coletivas.
Por: IDMJR No dia 30 de abril se celebra o Dia da Baixada, ainda de pouco conhecimento dos próprios moradores e moradoras da Baixada Fluminense. A IDMJR é uma organização da … Continue lendo DIA DA BAIXADA FLUMINENSE
por Camila Fiuza1 Há sete anos, cinco meses e oito dias, o meu irmão era abordado na porta de casa por policiais militares. Vinte e três agentes do estado participaram … Continue lendo Luto sem fim: o Estado Brasileiro matou e ocultou o corpo do meu irmão
O dia 31 de março marca o início da ditadura empresarial-militar em 1968 e também Chacina da Baixada no ano de 2005. Por isso, a IDMJR produziu uma série de produtos e ações que tratam sobre construção da liberdade para negros e negras no Brasil e no mundo.
O papel da construção da memória na discussão sobre Violência do Estado é fazer lembrar e manter viva as lembranças de tudo aquilo que o Estado quer apagar. Ao produzirmos memória, como dispositivo de construção de legado e manutenção da resistência estamos materializando a luta por justiça racial.
Me somo como aliada, nessa campanha 8M das Pretas organizada pela Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial, trazendo de forma breve dois aspectos sobre violências que atingem as mulheres para refletirmos juntas. O primeiro pode ser resumido na seguinte frase: falar sobre estupro é falar sobre a história do Brasil. Já o segundo aspecto pode ser resumido em outra frase: discutir violências que atingem as mulheres é, necessariamente, discutir militarização.
Acreditar que o mesmo Estado que organiza e executa o genocídio cotidiano do povo negro, também pode ser a instituição que promove e constrói monumentos em memória a história de lutas e resistência da população negra é uma grande ingenuidade.
Apesar os aparatos do Estado para apagar as memórias. Mães e familiares podem ser considerados arquivos vivos nas construções de memoriais.Possuem um HD com mais de um petabyte de lembranças que se transformam em “explosões de memórias”.
Desenvolver ações e morar dentro de um mesmo território é um grande desafio para mulheres negras na Baixada Fluminense. O cuidado com o outro precisa ser cercado de inúmeros autocuidados que nem sempre essas mulheres têm condições e tempo de realizar. 25 de Julho com a celebração de Mulheres Negras, Latino Americana e Caribenhas mostra também um panorama de barreiras que mulheres lidam dia a dia, na tentativa de tornar seus territórios menos desiguais. O projeto Apadrinhe um Sorriso, trouxe um impacto positivo para muitas crianças e suas famílias, entretanto sua idealizadora e nossa convidada apresentou reflexões fundamentais sobre território da baixada e suas especificidades.
Esse ano em alusão ao dia 25 de Julho das Mulheres Negras, latino americanas e Caribenhas, estamos apresentando mulheres negras que produzem lutas em territórios militarizados pelo Estado a partir dos braços das Polícias, milícias e varejo de drogas.
A inauguração do memorial que mostra o rosto de mulheres negras trouxe à tona uma fala fundamental e coletiva: Precisamos de referências positivas sobre o cotidiano da Baixada Fluminense para que as pessoas se sintam pertencentes a esse lugar.
Era o ano de 2019, quando um militante de um movimento social que se colocava como um desconstruído na luta antirracista e que dizia reconhecer seus privilégios, realizou uma série de ações racistas contra um corpo de uma mulher negra, também militante.
A história da Baixada Fluminense é atravessada pela ideia de que esses municípios são abandonados e negligenciados, tendo uma população sem identidade coletiva, porém quando analisamos os processos de apagamento que a baixada sofreu percebemos que essa narrativa foi estruturada para o não pertencimento, sendo essas características pejorativas parte de uma produção sistematizada pelo Estado.
Para relembrar as que vieram antes de nós neste Dia Internacional da Mulher, a Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial está promovendo a Campanha #8MdasPretas para resgatar o protagonismo das mulheres negras na luta por direitos sociais femininos. Por isso, convidamos a todes a participar da Live de Lançamento do Boletim de Feminicídios e as Milícias na Baixada Fluminense às 18h no Facebook da Iniciativa.