Lançamento Fórum Popular de Segurança Pública
0 6 min 1 ano

por Equipe IDMJR

Abrindo mais uma articulação para o enfrentamento às políticas de genocídio instaurados pela Política de Segurança Pública, o Fórum Popular de Segurança Pública, composto por movimentos sociais de favelas, de familiares vítimas do terrorismo do Estado, organizações da sociedade civil, ativistas de direitos humanos e coletividades diversas, foi lançado na manhã da quarta feira (29) na UERJ.

Apresentando uma perspectiva de recusa e denuncia o Fórum foi marcado por falas que repudiam a idéia de Segurança Pública historicamente produzida para a produção da morte, silenciamento e opressão dos povos negros, periféricos e marginalizados pelo Estado. A concordância de que o Estado é o maior violador do direito principal, que é a existência, foi unânime entre os participantes do lançamento e da primeira mesa que foi composta por Fransérgio Goulart/IDMJR, Joel Luiz/IDPN, Buba Aguiar/Coletivo Fala Akari, Mauro Lima/Grupo Conexão G , Davi Amen/Raízes em Movimento e Eliene Vieira/Frente Estadual pelo Desencarceramento RJ.

“Na nossa carta política do FPOPSEG afirmamos que Segurança Pública não é um problema de Gestão, como afirma parte da Branquitude.”

Fransérgio Goulart/IDMJR

“São mulheres negras como Patricia Oliveira, Monica Cunha, Jurema Werneck, Renata Trajano e tantas outras que nos ensinam e nos guiam nesta luta.”

Joel Luiz/IDPN

“Precisamos entender que a resposta a barbárie virá de nós favelados por isto acreditar que apenas o voto irá resolver isto, é ingênuo.”

Buba Aguiar/Coletivo Fala Akari

Neste primeiro momento também destacamos a fala que surge do representante do coletivo Conexão G Mauro Lima, Grupo LGBT do Complexo da Maré, que apontou o utilitarismo versus a invisibilidade dos debates desta população na construção de metodologias de ação confronto ao ordenamento da Segurança Pública, sendo este contingente de pessoas uma das vítimas mais naturalizadas pela política de morte.

Neste momento inicial, David Amen/Raízes Movimento afirmou o conhecimento produzido pelas favelas e periferias quando diz que aprendeu tudo sobre o que é o Estado e toda sua violência a partir de Racionais MCs.

Tanto o público quanto convidados que compuseram as duas mesas temáticas. trouxeram a perspectiva histórica das violações do Estado frente uma ideia de banalidade da vida, em paralelo às resistências que emergem dos sujeitos violados.

No momento após a mesa inicial tivemos a leitura feita por Liliane Santos/ Redes da Maré e Thais Gomes/Obervatório de Favelas do Manifesto Popular contra a Violência do Estado e pelo Bem Viver. Este momento foi articulado entre a leitura do manifesto e a intervenção coletivizada com o público presente que levantava cartazes com nomes e imagens de vítimas da violência policial e das milícias e gritavam os nomes, seguido de um uníssono: PRESENTE!

Este momento foi uma afirmação de que, somos nós que construímos cotidianamente o direito e a garantia da memória com os nosso corpos.

Logo após, tivemos a segunda mesa composta especificamente por mulheres negras: Jurema Werneck/Diretora Geral da Anistia Internacional-Brasil, Lia Manso/Criola, Marcia Jacinto/ Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Fabbi Silva/Casa Fluminense, que refletiram sobre o descumprimento do Ministério Público do seu papel constitucional no controle das Polícias. Tantos outras denúncias compreendendo a vulnerabilidade das mulheres negras e pobres, as populações carcerárias, a negligência do Judiciário, a insuficiência das políticas públicas, entre outras, foram apresentadas e espelha um Estado organizado para matar pretos, pobres, favelas e periféricos, não restando outra alternativa além da organização popular para o enfrentamento.

Também fez parte deste momento a reflexão e necessidade de construir o que entendemos como política de reparação, o direito a memória e as milícias como parte do Estado.

“Precisamos enfrentar o racismo institucional do sistema de justiça.”

Lia Manso/Criola

“O Fórum Popular de Segurança Pública pode contar sempre que precisar com a parceria da Anistia Internacional Brasil.”

Jurema Werneck/Diretora Geral
da Anistia Internacional Brasil

Este Fórum surge em um tempo histórico onde a organização do povo está definindo a manutenção da vida. Reafirmar espaços como este é protagonizar e fortalecer quem sempre fez a luta pela vida coletiva.

A IDMJR afirma como integrante deste Fórum, que esta construção coletiva é o único caminho possível frente a barbárie cotidiana produzida por este Estado Capitalista Racializado.

Para acompanhar o Fórum Popular de Segurança Pública, acesse:

https://fpopseg.org

Deixe uma resposta