
Por IDMJRacial
Mais um 25 de julho, dia de homenagem à luta incessante de Mulheres Negras, Latino-Americanas e Caribenhas. Mulheres negras insurgentes que seguem construindo novos caminhos para emancipação do povo negro.
Desde o período de escravização, as mulheres negras são protagonistas nas lutas pela liberdade e direitos sociais do povo negro e até hoje estão linha de frente das lutas sociais contemporâneas, como justiça climática, direito à moradia, violência policial, encarceramento em massa e de outros tantos enfrentamento às violações de direitos humanos e sociais produzidas pelo Estado.
E para nós, da IDMJRacial, entendemos que as lutas abolicionistas não cessaram com o fim da escravidão. Ainda não ocorreu o rompimento estrutural com o modelo de segregação colonial, em que práticas coloniais e de hierarquização racial continuam perpetradas e reinventadas na sociedade atual, dando andamento ao genocídio do povo negro de forma cotidiana e incessante.
Neste dia, gostaríamos de reafirmar a contribuição inestimável de algumas mulheres negras que mesmo atravessadas por violências do Estado se permitiram sonhar e acreditar na construção de um mundo para além dos marcos do capitalismo, do patriarcado, da heteronormatividade e do racismo.
Vida longa a Assata Shakur! Assata mesmo sob intensa vigilância do imperialismo norte-americano continua viva e em liberdade em uma pequena ilha do Caribe, em Cuba. Vida longa a Angela Davis! Angela que corre o mundo mobilizando pessoas em prol da luta do abolicionismo penal e policial. Vida longa a Patrícia Oliveira! Patrícia que continua aguerrida à luta social mesmo atravessada pela violência policial que assasina jovens negros em favelas e periferias. Vida longa a Priscila Serra! Que mantém a luta viva e combativa no Amazonas, uma região marcada pela política colonialista dos grandes proprietários de terra. Vida longa a Giselle Florentino! Que constrói caminhos para avançarmos à uma sociedade livre das agruras do capital, das polícias, para garantia da vida e liberdade do povo negro.
Mulheres negras de diversas partes do mundo, em que a partir da Diáspora Negra, tecem novas formas de sociabilidade, resistência e enfrentamento a um modo de produção de vida que tenta nos aniquilar a todo momento. E ao contrário daqueles que não acreditavam, estamos viva.