0 3 min 1 ano

por IDMJRacial

No último sábado ( 09/07) no terreiro Ilê Asè Egi Omim aconteceu o encontro : É tudo para ontem: Juventude, Cuidado e Proteção na Favela realizado pela Fase RJ, Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial e Instituto Marielle Franco.

Jovens de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Manguinhos, Acari e Vila Kennedy estiveram das 10 às 18h discutindo e produzindo conhecimento sobre o que é ser defensor e defensora de direitos humanos morando e atuando em territórios de favelas frente a Violência Estatal.

O encontro contou com a participação de facilitadoras e facilitadores nos seguintes temas:

Proteção Física: Fransérgio Goulart da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial.

Proteção Digital: Vivi Gomes da Blogueiras Negras e Amarela – Colaboradora da Fase RJ

Cuidado,Autocuidado e Saúde : Stefhanie Lima de Criola

Durante todo o dia os/as jovens produziram diagnósticos, reflexões e estratégias de proteção frente a violência do Estado. Destacamos alguns pontos desta construção:

  1. A necessidade da produção de um diagnóstico de momentos pré,durante e pós operações policiais e sobre outras disputas territoriais;
  2. As polícias não foram identificadas como fatores de proteção e sim de promoção de ameaças; 
  3. Na construção de redes de proteção salientaram a presença de grupos locais e organizações sociais externas as favelas , não apontantando nenhuma instituição estatal como ferramenta de colaboração na proteção; 
  4. A Oralidade é um dispositivo de proteção;
  5. Cuidar da nossa saúde mental e física para cuidarmos dos outros;
  6. 90% dos presentes já sofreram com esculacho em abordagens policiais;
  7. Desconhecimento do Programa Estadual de Proteção a Defensoras e Defensores DHs RJ;
  8. Fé e Religiosidade como dispositivo de proteção 
  9. Debate de raça central na construção de enfrentamento a violência estatal;
  10. Fomentar cada vez mais o diálogo com e sobre à população LGBTQI+ de favelas
  11. O cuidado e a proteção de senhas e informações que colocamos nos celulares.

Também tivemos no encontro a realização da apresentação do Relatório “Se Liga no Território!” produzido por jovens de favelas e a Fase RJ falando sobre Violência de Estado e vulnerabilidades no contexto do Covid nos territórios de favelas e apresentação cultural da cantora Taslim.

Queremos ao final marcar que produzimos conhecimento cotidianamente e que muitos destes nunca serão compreendidos pelas universidades. Também destacar que a Universidade nunca terá acesso a todes estes conhecimentos.

“ esses são nossos segredos que nos permitiram continuar resistindo e vivendo frente a toda estas violências.”

Iya Wanda de Omolu

Deixe uma resposta