
por IDMJR
A IDMJR tem como uma de suas missões lutar pela garantia e produção da memória dos nossos e das nossas, ou seja, da classe trabalhadora.
E neste 1 de maio, dia da classe trabalhadora, queremos compartilhar algumas de nossas memórias .
O 1º de maio – Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora foi fruto da luta de classe. A data foi estabelecida durante o Congresso Operário Socialista da Segunda Internacional, celebrado em Paris em 1889, a ideia era prestar homenagem aos Mártires de Chicago.

Em 1886, trabalhadores norte-americanos fizeram uma paralisação no dia primeiro de maio para reivindicar melhores condições de trabalho, principalmente a diminuição de jornada de trabalho para 8 horas, uma manifestação que contou com 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago (EUA). Esta manifestação, que foi duramente reprimida pelas forças policiais, registrou várias prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Portanto, este é um dia histórico para trabalhadores de todo o mundo, de relembrar nossas vitórias coletivas e também de continuar a luta dos que vieram antes de nós, que sempre reivindicaram melhores condições de vida e trabalho. Por isso, não é um dia para comemorações e festividades, como rapidamente o Estado Capitalista o ressignificou.
No Brasil, o 1º de maio foi determinado como Dia do Trabalhador(a) devido a realização de uma das maiores greves gerais realizadas no país que ocorreu em São Paulo no ano de 1917, em que os trabalhadores reivindicavam condições mínimas de trabalho nas fábricas, jornada de oito horas de trabalho, a abolição do trabalho infantil e a proteção ao trabalho da mulher. Todas essas reivindicações e lutas por direitos sociais e trabalhistas foram marcadas por um denominador em comum, não apenas a exploração capitalista, mas o Estado comandando a repressão policial em todas as manifestações populares.
Ao falarmos de nossa Baixada Fluminense lembrar do contexto da ditadura civil militar empresarial e de greves como a dos operários da Fiat em 1979, são fundamentais.
No processo vigente da ditadura, Violações cotidianas quase sempre assolavam trabalhadores na Baixada Fluminense.Recorrentemente, a classe trabalhadora sofreu invasões, apreensão e destruição de documentos, intervenções nos sindicatos, cassações de lideranças, demissões de trabalhadores e repressão às greves. Durante a invasão de sindicatos, foram apropriados documentos que serviram de instrumento para que o governo instaurasse Inquéritos Policiais Militares (IPMs) contra sindicalistas, fundamentando-os em várias acusações, inclusive corrupção. É o que comprova o relatório emitido pela Comissão Geral de Investigações (CGI) da Petrobras, no qual o coronel David Rodolpho Navegantes refere-se a buscas e apreensões desencadeadas em Duque de Caxias, região da Baixada Fluminense (RJ): “em diligências realizadas foi apreendido arquivo do Sindicato; todo o material apreendido estava sendo arrolado, mediante representantes da própria Refinaria e foi entregue ao Superintendente agora nomeado”.
Essa documentação, apreendida nos sindicatos por forças policiais, serviu posteriormente para fundamentar a prisão de várias lideranças sindicais. A invasão de sedes sindicais e a apreensão de documentação, acompanhadas, em muitos casos, da depredação do patrimônio da entidade, representaram não apenas um ataque ao direito de organização coletiva da classe trabalhadora, como provocam atualmente sérias dificuldades para a reconstrução e consolidação da memória histórica dessas categorias profissionais, por isso nós da IDMJR sempre temos tentado (RE)construir esta memória.
No início da luta pelo processo de redemocratização destacamos a greve promovida pelos operários da FIAT Diesel, em Duque de Caxias-RJ, no ano de 1979. Por suas reivindicações e formas de organização e luta, essa greve pode ser considerada como um momento novo dos sindicatos no Brasil.
Por fim destacarmos hoje que qualquer estrutura e o que se entende como Estado do RJ tem sangue, suor e lágrimas da classe trabalhadora da Baixada Fluminense, que hoje continuam resistindo como camelôs, motoristas de ubers, entregadores de fast food e em outros trabalhos precarizados , logo , a história e memória que temos que contar é a nossa história , a da classe trabalhadora e não do Estado Capitslista e sua supremacia branca.
Viva a classe trabalhadora, Viva a classe trabalhadora da Baixada Fluminense!