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Por IDMJRacial


Na última sexta-feira (07/07), a Polícia Civil recebeu (500) novos fuzis do modelo M400 pro calibre 556, produzidos pela empresa alemã Sig Sauer. O recurso público utilizado para a compra deste armamento foi oriundo de uma emenda parlamentar do Deputado Federal Flávio Bolsonaro (PL), realizada em pregão internacional intermediado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A cerimônia de entrega dos 500 fuzis para a Polícia Civil contou com presença do atual governador Cláudio Castro (PL) e com parte da bancada da bala da Alerj, como Márcio Gualberto(PL), Marcelo Dino(União Brasil), Rosenverg Reis(MDB) e Carlinhos BNH (PP) que ocorreu na Cidade da Polícia.

Os fuzis possuem uma capacidade para 5.080 disparos, com carregadores ambidestros, com o cano de 14,5 polegadas e ainda vão contar com treinamento especializado para o uso dos armamentos. Flávio Bolsonaro (PL) destinou mais de R$3 milhões em emendas parlamentares para o Rio de Janeiro reforçar o arsenal bélico das polícias. 

O aceno político para o aporte em armamento não é exclusivo do campo bolsonarista, o atual Ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou um investimento de R$272 milhões para segurança pública, em evento no Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Este pacote de investimento prevê a compra de veículos, equipamentos, como drones, capacetes blindados, novos carros blindados e armas.

No mercado internacional, um fuzil M400 pro calibre 556 da Sig Sauer custa em média R$28 mil, em uma conta aproximada de valores de mercado, foram gastos R$14 milhões para a compra das 500 unidades de fuzis. É um escárnio com uma população que padece de fome e miséria. Ao mesmo tempo, este mesmo Estado que gasta R$16 bilhões com a política genocida de segurança pública, apenas utiliza R$ 0,70 centavos por aluno para prover a merenda escolar na rede pública de ensino, conforme assinala o professor da rede estadual, Guilherme Santana. 

“Enquanto isso nossa greve foi colocada na ilegalidade por um desembargador vagabundo, nosso salário segue há nove anos sem reajuste e pago abaixo do piso, os funcionários ganhando abaixo do salário mínimo e a merenda de cada estudante custa 70 centavos pro bolso do governador. Entenda: não existe Estado de calamidade pública. O Estado é, causa e reproduz a calamidade pública a partir de seus representantes. E, por último, reforço: as instituições seguem funcionando perfeitamente… como sempre”.

Guilherme Santana

Uma política de segurança pública que têm como alvo a juventude negra periférica, em que a “guerra às drogas” resulta em encarceramento em massa e legitimação do extermínio dos corpos negros e quem nem de longe combate a megaestrutura da indústria das indústrias de armas e drogas. 

Por isso, a IDMJRacial está iniciando o projeto de Desfinanciamento e Controle das Polícias, um amplo programa de ações de incidência política, fomento de redes de diálogos, atividades, painéis e discussões sobre os desafios do controle das polícias. Vem com a gente!


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