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por IDMJRACIAL

Na atual conjuntura de expansão dos domínios das milícias por todo o território do Rio de Janeiro, temos assistido também a um crescimento das empresas de segurança privada. Segundo a Polícia Federal, no Brasil existem 2680 empresas de segurança privada legalizadas. No entanto, estima-se que o número de empresas clandestinas que atuam no setor seja quase o dobro. A estimativa é que esse serviço clandestino movimente cerca de R$ 60 bilhões por ano, valor que foge também da arrecadação de impostos e principalmente da fiscalização e controle da atuação dessas empresas.

Diante deste quadro a Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial se desafiou a produzir um estudo sobre a relação das empresas de segurança privada no território da Baixada Fluminense e as milícias, com interface com o racismo institucional, afinal, agentes e ex-agentes de segurança pública muitas vezes comandam grupos de milícias e também são donos de empresas privadas, embora esse tipo de atividade seja vedado pelo Código Penal Militar. Por isso, a coleta e cruzamento de dados sobre os proprietários de empresas de segurança privada (legalizadas e clandestinas) e sua relação com agentes de segurança pública é de extrema importância para entender o processo de expansão das milícias e militarização nos territórios.

Essas empresas são de coronel da Polícia Militar, de um delegado de polícia. Estão aí os donos do segredo. Então você tem aí um ambiente no qual o público e o privado se contaminam, se misturam. E a questão fundamental é a questão do acesso às armas, o acesso da população aos arsenais é maior do que a gente sabe realmente.

(Marcelo Freire – Procurador da República do Ministério Público Federal)

Confira aqui o Relatório Segurança Privada: Milícias e Racismo Institucional

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