
Por Monique Rodrigues
GIlmara Cunha, Karol Ferreira, Felipe Carvalho, Jean dos Santos e Cris apresentaram diversos cotidianos LGBTQI+, que fazem parte de uma luta dia-a-dia pelo direito de viver.
A população LGBTQI+ carece de assistência em todas as esferas da sua existência, na saúde, educação, mercado de trabalho, vida familiar, entretanto como foi discutido nesse encontro, o ponto principal de vulnerabilidade é a segurança pública, considerando que o Brasil é o país que mais assassina essa população, e que na sociedade, esses crimes são legitimados pelo cruel discurso da limpeza social.
Os dados apresentados são assustadores e mostram como LGBTQI+ estão nas margens sociais, sem oportunidade de construir caminhos para suas cidadanias e subjetividades.
Alinhando muitas camadas dos preconceitos para com gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais, queer, intersexuais, os palestrantes apresentaram o cenário que atravessa o racismo, religiosidades, vida estudantil e profissionalização, onde as experiências são cercadas de traumas, abandono e injustiças.
“Você não vê discussão sobre os direitos dessa população”. “O que falta é oportunidade.” “Não é o fato de você aceitar e sim evitar a morte de uma pessoa.” “Que política é essa que a gente tá pensando?” “Que tipo de lugar a gente tem pertencido?” “Quem aqui tem uma travesti no seu ciclo de amizades? “A democracia é uma questão social que não se realizou na prática para essas populações.”
Essas foram algumas das falas colocadas pelos participantes que reafirma a desumanidade cotidiana mas que também apontam uma luta incansável.
A heteronormatividade branca e burguesa tem mantido essas questões longe da centralidade e da formulação de políticas de atendimento, que sejam eficazes no combate à marginalização das populações LGBTQI+, e essa barreira precisa ser rompida em todas as esferas. Promover políticas de enfrentamento à homofobia é urgente e nesse cenário somos responsáveis coletivamente.
O seminário apresentou ainda a oportunidade de conhecer e debater mais profundamente as lacunas que o campo dos Direitos Humanos não consegue preencher quando deixa de adentrar as especificidades que cada grupo social demanda.
A escuta coletiva foi super importante nesse processo de entendermos como as necessidades de respeito, solidariedade e inclusão fazem parte de uma ação que deve ser motivada por todos, todas e todes. Segundo Gilmara: “Temos que aprender novas formas de fazer movimento social.”
A Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial firma o compromisso de caminhar ao lado de todos, todas e todes, com a função de lutar contra os racismos, a violência de Estado, pelo direito à cidadania coletiva e protagonismo LGBTQI+.