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  Por Equipe IDMJR

E já dizia mano Teko com um refrão poderoso “Hoje o quilombo vem dizer, favela vem dizer, a rua vem dizer… É nós, por nós”. Chegando o mês de novembro, o dia da consciência negra e o dia de Zumbi é lembrado em vários lugares. Sobretudo, nas escolas e em espaços que respeitam as diversidades culturais.

O mês de novembro reverbera essa lembrança de Zumbi dos Palmares porque este foi um líder quilombola brasileiro que mantinha um quilombo em Alagoas, um local de resistência, de memória e de muita luta.

 No Brasil o dia 20 de novembro é celebrado como Dia da Consciência Negra, essa data foi escolhida, por ser atribuída a morte de Zumbi.  Como nossos passos vêm de longe, a data foi uma luta de vários movimentos sociais com o intuito de reconhecimento das multiculturalidades dos povos.

Se realmente queremos um projeto de sociedade fundado na solidariedade de classe, na luta antirracista, antipatriarcal e anticapitalista, precisamos aprender com as resistências dos passados. É importante rememorar o que foi essa prática ao longo de toda a história do povo negro -principalmente os povos em diáspora africana, a fim de ampliar nossos conhecimentos e resgatar nossas referências. 

A Baixada Fluminense foi fundada a partir de um complexo de quilombos que reunia diferentes etnias populacionais,  que desde sua origem é um território marcado pela resistência e por lutas contra as violações do Estado, durante seus quase 100 anos de existência a Hidra foi configurada como o principal problema de segurança pública para o governo brasileiro devido a dificuldade de captura e subjugação deste aquilombamento.

Portanto, ao pensar baixada, pensamos em baixada com a população de maioria negra e impactadas diretamente pela violência do racismo estrutural. Mas, o que vem ser quilombo?

 Ao debruçarmos em leituras que dialoguem sobre quilombismo nota-se que as reflexões de Clovis Moura e Abdias Nascimento explicam sobre a importância dos quilombos como símbolo de resistência ou como possibilidade de uma nova ordenação social. Afirmam que a quilombagem foi uma das muitas formas de resistência do povo escravizado. Esses quilombos eram constituídos por todos que se rebelavam contra as classes senhoriais e opressoras.

Tais perspectivas denotam que a grande preocupação da elite imperial era com a proteção dos seus bens materiais. As medidas repressoras deixavam marcas profundas, estigmatizando o escravizado. Apesar de torturados até a morte, combatidos com extrema violência, ferrados como o gado, não aceitavam as condições impostas por essa classe e se rebelavam de diversas formas. Se (re) organizavam num sistema permanente de defesa contra todos os processos de desumanização. E enquanto permaneciam aquilombados mantinham relações e intercâmbios econômicos com outros grupos sociais.  

A metrópole não se conformava com a quilombagem,   pois consideravam sua existência um insulto a autoridade. Os quilombos demonstravam que internamente sua economia funcionavam muito bem, pois desenvolviam uma série de atividades que possibilitavam a sobrevivência de sua comunidade. Territórios que antes eram terras quilombolas, se “favelizou”. Porém, continuam resistentes às violações cotidianas.

 Na sociedade capitalista estruturada no racismo e patriarcado, entendemos que o combate ao racismo é diário, cotidiano e incessante. Nesse contexto, a Iniciativa Direito Memória e Justiça Racial organiza a “Campanha Baixada Negra Viva” uma série de atividades e ações de enfrentamento ao racismo no debate de segurança pública na Baixada Fluminense.

Vem aquilombar com a gente: #BaixadaNegraViva!

Dia 11/11 – Lançamento da Sistematização de Dados:  05 meses de Operações Policiais e o impacto da Liminar de Suspensão das Operações Policiais do STF na Baixada Fluminense-RJ

Dia 12/11 – Lançamento Podcast: Drogas, Racismo e Reparação

Dia 16/11 – Webinário Sistema Prisional: Morte em Vida

Dia 17/11 – Audiência Popular sobre Desaparecimentos Forçados

Dia 19/11 – Memorial em Grafite Mães Negras e Periféricas na luta contra o terrorismo do Estado

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