
Por Rayssa Pereira e Fransérgio Goulart
O mês de junho foi escolhido para representar o orgulho LGBTI por causa da Revolta de Stonewall, uma série de manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York que ocorreu na madrugada de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York.
A rebelião, que durou seis dias, é considerada um dos eventos de luta mais importante para a conquista de direitos igualitários e de criminalização de atos de preconceito em diversos países.

Em relatório divulgado em 2019 pelo Grupo Gay da Bahia informou que 329 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia, em 2019. Foram 297 homicídios e 32 suicídios. Isso equivale a 1 morte a cada 26 horas. O Brasil é o país que mais mata essa população no mundo. O atual projeto político no poder com seu discurso de ódio as diferenças pode vir a potencializar essas mortes.
Segundo levantamento do Grupo Conexão G , referência nas questões relacionadas a população LGBT dos territórios de favelas, moradores de favelas da cidade do Rio e da Baixada Fluminense que assumiram sua homossexualidade vêm sendo caçados por traficantes, membros de milícias e policiais nas comunidades onde moram. O levantamento, baseado em entrevistas com as vítimas, mostra que muitos homossexuais são espancados e humilhados em público, enquanto outros seriam expulsos das favelas após sessões de tortura.
A presidenta da Ong Grupo Conexão G, Gilmara Cunha, aponta que nas entrevistas realizadas, conclui que as pessoas não registram as ocorrências, pois a própria polícia viola o direito dessa população quando essas buscam as delegacias.
Como podemos cooperar para que possamos levantar mais dados que possam dar voz a toda a comunidade LGBTI+, na pauta da Violência do Estado, para além do dia 28 de Junho?
“As pessoas não registram as ocorrências, pois a própria polícia viola o direito dessa população quando essas buscam as delegacias.”
(Gilmara Cunha)
Ao falarmos de Baixada essa violência assusta ainda mais. Segundo dados do Dossiê LGBT do ISP , Duque de Caxias é o primeiro município no ranking dos crimes contra a população LGBTI+, com 6% dos casos, sendo seguido por Nova Iguaçu com 5,33% dos casos e Belford Roxo com 4,66% dos reflexos de crimes de ódio contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexo e todas as outras que fazem parte ainda, desse cenário de omissão e invisibilidade do estado em relação à segurança de toda a população.
No dia 13 de junho de 2019 o STF aprovava por 08 votos a 03 a criminalização da homofobia e transfobia no Brasil? Passados 01 ano essa decisão gerou impacto na vida da população LGBT no Brasil?
Por isso, enquanto Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial afirmamos que precisamos com urgência entender que a luta contra a violência a população LGBTI passa também por questões relacionadas a Violência do Estado.
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