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Equipe IDMJR

Em 1992 durante a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latinoamericanas e Afro-caribenhas ficou definido que o dia 25 de julho seria marcado na história como o Dia da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha. No Brasil foi institucionalizou a partir da Lei nº 12.987/2014,  sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. 

Além da celebração a resistência das mulheres, o dia 25 de julho também reconhecemos que no Brasil, mulheres afroameríndias têm sido as lideranças das luta contra as diversas formas violência do estado.

Tereza de Benguela representa a força e história de resistência e lutas dessas mulheres, uma líder quilombola, que viveu durante o século 18 e que após a morte do companheiro, Tereza tornou-se a liderança do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até os anos de 1770.

Neste ano, a IDMJR preparou uma semana de atividades, entre os dias 24 à 30/7, com discussões e celebrações sobre a história das mulheres negras latinoamericanas e caribenhas. Ao longo da nossa programação teremos cards com as principais lideranças de mulheres negras no Brasil que fazem cotidianamente o enfrentamento as violações do Estado. Além de uma série de entrevistas e um artigo especial com personalidades femininas que são referências nas lutas sociais da Baixada Fluminense e do Rio de Janeiro.

Os movimentos e coletivos de mães vítimas da violência do Estado são hoje a maior resistência contra essa violência do Estado. Afinal, o enfrentamento às violências das polícias, das milícias e de outros grupos armados que dominam territórios são feitos por as mulheres negras em suas maioria, mães e familiares vítimas da violência do estado, mulheres de terreiros e de coletivos que tem realizado a luta contra um Estado genocida.

 “Temos momentos que chorar, pois a mulher negra também tem direito a chorar, mas queria afirmar que somos o pesadelo do Estado.”

Debora Silva – Movimento Independente Mães de Maio

Porém, gostaríamos de deixar uma indagação: qual o papel e a responsabilidade dos homens nesse enfrentamento a violência do estado? Onde estão os homens brancos e negros, quando suas companheiras perdem seus filhos pela violência do Estado? Aqui essa conversa também é para os ditos desconstruídos que tem colocado ideias e discursos maravilhosos nos espaços públicos, mas de fato quais têm sido as ações concretas de apoio a luta contra a violência do estado estruturado no racismo e patriarcado?

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.”

Angela Davis

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