Dado esse contexto, conseguimos entender a latente produção de morte no capitalismo dependente brasileiro e em áreas predominantemente pretas não há limites para produção de morte cotidiana, como o caso de Belford Roxo. Em que a execução de corpos negros diariamente não gera comoção popular e nem visibilidade midiática.
Iniciamos essa breve reflexão, dizendo que política de drogas não é questão de polícia e sim de Saúde Pública. Ontem, dia 27/01/2021, jovens que estavam internados em uma comunidade terapêutica chamada Centro Terapêutico Salvando Vidas em Itaguaí fugiram e logo em seguida seus familiares receberam a notícia que estavam mortos.
Já chegamos aos 7 meses da proibição da realização de operações policiais durante o período de isolamento social em todo o território do Rio de Janeiro, a IDMJR segue acompanhando e sistematizando os principais impactos da liminar expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin no dia 06 de junho de 2020 – ressalta-se que esta liminar foi expedida antes dos pareceres do STF para ADPF 635¹.
Ao longo de 6 meses de implementação da liminar que impede as operações policiais no território fluminense, identificamos um total de 171 operações policiais ocorridas apenas na Baixada Fluminense. Sendo 89% das operações policiais realizadas na região são feitas pela Polícia Militar e 11% pela Polícia Civil.
Estamos assistindo ao completo descaso no cumprimento da liminar que proíbe as operações policiais durante a quarentena – desde que em circunstâncias excepcionais. Portanto, todas essas ações que continuam acontecendo no território são ilegais e descumpre uma liminar do STF.
Nesta quarta-feira entra na pauta de votação do Plenário da Alerj a PEC nº 47/2020 de autoria do Deputado Estadual Max Lemos (PSDB). Trata-se da criação de uma Polícia Penal no Rio de Janeiro!
Confira o 3º episódio do Podcast da IDMJR, nesta semana vamos debater sobre desaparecimentos forçados na Baixada Fluminense. E convidamos um time de especialistas e pesquisadores sobre violência de Estado:
Após 3 meses da proibição da realização de operações policiais durante o período de isolamento social em todo o território do Rio de Janeiro, a IDMJR segue acompanhando e sistematizando os principais impactos da liminar expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin – ressalta-se que esta liminar foi expedida antes dos pareceres do STF para ADPF 635¹.
Os método de desaparecimentos forçados de corpos foram utilizados constantemente como forma de terror do Estado em diferentes tempos históricos e sob distintas condições. Entretanto, ressalta-se que nos dramáticos anos de ditadura empresarial-militar na América Latina, o desaparecimento forçado de pessoas foi empregado como instrumento político de amplo cerceamento de liberdade e cassação de direitos políticos.
Nessa série de entrevistas que tratam sobre desaparecimentos forçados, a IDMJR convidou Fábio Araújo – Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ. Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro e pesquisador da Fiocruz. Fábio Araújo é o autor do livro “Das técnicas de fazer desaparecer corpos: desaparecimentos, violência, sofrimento e política”.
Assistimos na Baixada Fluminense um constante aumento dos casos de desaparecimentos forçados após a ascensão e domínio das milícias nos territórios. São justamente as áreas com maior número de denúncias e depoimentos de desaparecimentos forçados controladas por milícias que de forma arbitrária e violenta encarceram, assassinam e desaparecem com os corpos dessas pessoas.
Ao longo da semana teremos uma série de entrevistas com familiares de vítimas de desaparecimentos forçados. Nesta primeira entrevista, nossa convidada é a Vera Lúcia, mãe do jovem Lucas da Silva Xavier. Confira a entrevista!