A inauguração do memorial que mostra o rosto de mulheres negras trouxe à tona uma fala fundamental e coletiva: Precisamos de referências positivas sobre o cotidiano da Baixada Fluminense para que as pessoas se sintam pertencentes a esse lugar.
Marcos Paulo e Joana Bonifácio tiveram a coincidência de serem mortos em estações de trem da Supervia, e a coincidência para por aí, pois o motivo que resultou em suas mortes, é algo histórico e que estrutura todas as relações e formas de controle de corpos e metodologias de genocídio no Brasil e na Baixada Fluminense nessa sociedade capitalista, o racismo.
O memorial surge como um alento para essa comunidade no bairro do Pantanal em Duque de Caxias. Ter o rosto das meninas em uma via pública, de amplo movimento é um constante grito de denúncia e uma forma de identificar que a vida da Emily e da Rebecca foi violentamente retirada pelo Estado, na execução da ação policial, e que essa tragédia não pode ser tratada apenas como mais um caso.