
Por: Fransérgio Goulart
A Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial é uma Organização Social da Baixada Fluminense-RJ que atua e incide contra a Violência do Estado. Buscamos romper com uma política de segurança pública fazendo o enfrentamento ao racismo e aos privilégios da Branquitude. Vale salientar, que não somos uma organização do Movimento Negro. Nossa estrutura organizacional é formada por uma equipe de maioria negra, e entendemos que isso é imprescindível para qualquer organização que pretende trabalhar com temáticas de Segurança Pública.

Dito isso, chegamos ao dia 20 de novembro e queremos falar para os brancos/as. Ressaltamos que ser antirracista não é postar imagens e textos de negros/as nesse dia. Mas, sair da teoria para a prática, ou seja, gerar ações que rompam com seus próprios privilégios.
Até hoje especialistas de segurança pública de maioria branca construíram teses e pesquisas a partir de seus privilégios e consolidaram que a questão da segurança pública passa pela centralidade da questão da gestã governamental, sem nenhuma preocupação em pautar a questão do racismo estrutural.
Brancos/as, apenas deixar os negros/as falar em seminários ou outros espaços não resolve a materialidade do racismo. Temos visto que o dito “lugar de fala” tem funcionado como um mecanismo para brancos/as se omitirem sobre assuntos e questões raciaos, e com isso fortalecer e manter privilégios pois acabam não se posicionando e nem se autoresponsabilizando pela hierarquização social.
Por fim, queremos deixar algumas indagações: quantos negros/as trabalham em suas organizações e grupos de pesquisas? Negros/as que trabalham recebem o mesmo valor salarial dos brancos/as? Negros/as estão em posição de decisão ou liderança?
Qual a sua responsabilização no racismo vivenciado cotidianamente pela população negra?