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Por Rayssa Pereira

As juventudes periféricas já resistem e sobrevivem historicamente às diversas epidemias e distintas doenças. Como o caso da tuberculose que continua se alastrando por conta da ausência de saneamento básico nas favelas e periferias. A questão da água que nunca ou quase nunca chega para todos os moradores e até mesmo a própria polícia que só no Rio de Janeiro mata 5 pessoas a cada dia, isso apenas em casos que são registrados. Dentre tantos outros aparelhos do Estado que são usados para o genocídio do povo preto e periférico, em sua maioria os jovens negros.

Nada novo para o contexto histórico da população periférica, o Covid-19 ou coronavírus chegou como “a doença dos ricos”, mas sabendo que o pior sempre sobra e permanece para os mais pobres. Diferente do que acontece com a classe privilegiada, o acesso à saúde e todo amparo necessário para os cuidados das pessoas infectadas não acontecem nas periferias.

Fonte: Festa Beco – Baixada Fluminense

Quarentena pra quem? A pergunta que não quer calar, se ainda estão acontecendo “operações policiais” em algumas favelas e periferias. As pessoas ainda estão tendo que sair para trabalhar. Pois, ficar sem emprego significa não ter dinheiro para o básico que é a alimentação e sem o mínimo de subsistência a morte é certa.

E enquanto para uns a certeza da morte já é certa e faz parte do cotidiano – seja pela fome, doença ou bala da polícia, que já faze parte da rotina de territórios de favelas e periferias e se intensificam em momentos de crises econômicas. As juventudes sempre se colocam na vanguarda do enfrentamento e neste caso de Covid-19 não compõem 0 o grupo de risco. E com os devidos cuidados estão articuladas para redução de danos da pandemia através da arrecadação de alimentos, remédios e água para famílias que não possuem acesso ao mínimo de condição de vida. Parafraseando Conceição Evaristo, enquanto o Estado insiste em nos matar, nós insistimos em não morrer.

Ressalta-se que os bailes também movimentam a economia das favelas, já que garantem a remuneração de vários trabalhadores do comércio e prestação de serviços. Além de ser o principal aparelho de cultura nas favelas e periferias, os bailes são os únicos entretenimentos que os jovens.

Mas, dada a importância da continuidade da quarentena e a urgência de evitar aglomerações para conter a propagação do coronavírus. Periferias e Favelas: #FicaEmCasa!

E assim, seguindo o Nós por Nós, cuidando uns dos outros e ligados nas recomendações:

  • Mantenha seu espaço limpo e arejado;
  • Lave as mãos sempre que puder;
  • Evite contatos físicos, principalmente com pessoas de mais idades;
  • Saia somente se for necessário;
  • Ajude o próximo com os devidos cuidados. 

Além disso, a IDMJR vem participando e dialogando com grupos e comitês locais de algumas favelas e periferias na Baixada Fluminense. Se liguem em como ajudar:


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